Exemplo dos supermercados britânicos poderia ser replicado no Brasil

Principais redes estabeleceram o “distanciamento social”, restringindo o acesso ao interior de suas lojas e evitando o caos provocado pela pandemia do coronavírus
Fila de clientes no supermercado Tesco, na Inglaterra: medidas de distanciamento social organizaram idas âs compras além de reduzirem risco de propagação do vírus (Reprodução Twitter)

Sim, ainda faltam alguns produtos como papel higiênico, álcool-gel ou até mesmo farinha de trigo na maior parte das vezes em que entramos em supermercados em Londres, mas o panorama mudou de uma semana para cá após as restrições de deslocamento impostas pelo governo do Reino Unido. Com isso, vários estabelecimentos que continuam abertos como padarias, farmácias e supermercados implementaram o chamado “distanciamento social“, uma prática que mantém as pessoas a uma distância de cerca de 2 metros das outras.

A primeira sensação ao ver filas espaçadas do lado de fora de supermercados como Tesco, Sainsbury´s e Waitrose foi de desânimo, mas depois ficou claro que essa estratégia, além de reduzir as chances de transmissão do coronavírus, também organizou as compras e afastou aquele clima de fim de mundo que reinava há mais de um mês, com gente saindo carregada de produtos que provavelmente levarão meses para serem consumidos – se não estragarem antes.

Mas, afinal, como funciona esse processo? Muito simples: para cada cliente que sai um entra e assim por diante. Cada loja também limita o número de pessoas no interior de forma a evitar aglomerações. O resultado é muito bom porque as filas não costumam demorar e as compras são feitas tranquilamente, sem pressão em conseguir o último macarrão ou latinha de feijão da prateleira. No Tesco, por exemplo, há uma espécie de corredor de entrada e saída e alguns fluxos em meio às prateleiras para organizar os trajetos.

Prateleira onde deveria existir papel higiênico há duas semanas: cenário igual ao de outros países

O povo britânico, conhecido pelo bom humor, parecia vacinado contra essa síndrome de salve-se quem puder, mas a capital do país ignorou isso desde que ficou claro que a pandemia chegaria aqui. Mesmo antes do chamado “lockdown” via-se pouca gente nas ruas, mas muitos dentro de supermercados a ponto de ter de esperar 10 a 15 minutos para estacionar o carro. Felizmente, esse momento parece ter passado e tem sido possível realizar compras pontuais para repor itens mais utilizados no dia a dia, ainda mais agora que todos estão trancados em casa e as opções de delivery não são tão variadas quanto no Brasil.

Por falar em nosso país, o exemplo britânico poderia ser replicado nos supermercados brasileiros. Honestamente, os relatos que ouço são de que há muitas filas e produtos faltando, mas não sei dizer se chegamos ao ponto de tentar manter essa distância segura para não colocar os outros em perigo. Lojas como o Pão de Açúcar e Extra, Carrefour e Sonda poderiam se antecipar a alguma medida de governo e propor essa mudança para a população, que só tem a ganhar, como constatamos aqui. Isso, claro, desde que todos colaborem e respeitem o próximo.

Jornalista do setor automotivo desde 2001, tenta ajudar no que pode no dia a dia dos filhos, apesar de já ter até derretido mamadeira esquecida na panela. Publisher dos sites Autoo, Airway e MetrôCPTM.

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